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Juro para de subir em setembro, prevê Focus
Pesquisa feita pelo Banco Central também aponta leve redução na previsão de altas do PIB e da inflação
O mercado antecipou as apostas e prevê que o ciclo de alta do juro básico da economia deve terminar em setembro, e não mais em outubro. Ou seja, a Selic terá apenas mais um aumento no ano. A previsão consta de pesquisa semanal realizada pelo Banco Central. Para os analistas, a taxa deve subir 0,25 ponto - para 11% - na reunião de 1º de setembro, na última decisão antes das eleições. Depois, a taxa seguirá no mesmo patamar até o fim do governo. Na semana passada, o mercado apostava que a Selic terminaria 2010 em 11,50%, com duas altas: setembro e outubro.
Pela terceira semana seguida, economistas ajustaram para baixo a previsão para o patamar da Selic no fim do ano. Ainda sob o efeito da ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), analistas entendem que a economia está em ritmo menor e que, para segurar a inflação, é preciso um aperto mais brando nos juros. A avaliação passou a vigorar após a decisão do BC de diminuir o ritmo de alta do juro: em julho, a Selic subiu 0,50 ponto, ao contrário das previsões de 0,75 ponto.
Para o mercado, ainda é preciso esperar dados no decorrer de agosto para consolidar as previsões, mas já há certeza de que o ciclo termina em setembro. "Agora, é preciso apenas esperar dados do decorrer do mês para consolidar a previsão quanto ao tamanho da decisão", diz a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Zara. Oficialmente, a consultoria mantém a expectativa de que a Selic deve subir 0,50 ponto, mas ela não descarta aumento menor ou até mesmo estabilidade em setembro.
Um dos fatores que sinalizam aumento da corrente que trabalha com Selic inalterada em setembro é o mercado de juros futuros. Ontem, contratos com vencimento em janeiro de 2011 caíram para 10,77%, em patamar praticamente idêntico à Selic atual de 10,75%. Se levarmos em conta apenas o mercado futuro, a chance de aumento do juro em setembro é muito remota.
PIB mais fraco. As previsões de que o BC deve ser menos rígido com os juros são reforçadas pelas apostas de que a economia já está com menor velocidade. Na pesquisa divulgada ontem, a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 7,20% para 7,12%. Essa foi a primeira redução após quatro pesquisas seguidas de números estáveis. Também caiu a expectativa de crescimento da produção industrial, que passou de 11,98% para 11,70%.
Com a economia mais fraca, diminuíram as previsões para a inflação.
Para 2010, a expectativa para o IPCA caiu pela quinta semana seguida, de 5,27% para 5,19%. Para o ano seguinte, a aposta seguiu em 4,80% pela 17ª semana consecutiva. Mesmo com a redução da aposta para este ano, a estimativa do mercado ainda é superior ao centro da meta de inflação de 4,50% para ambos os anos.
PARA LEMBRAR
O mercado caminha gradualmente para um ambiente mais previsível quanto ao rumo do juro básico da economia, a Selic. Após a surpresa e a grita de analistas com o aumento da taxa em ritmo menor que o esperado em julho, as previsões das últimas semanas mostram que economistas têm ajustado suas previsões para o novo quadro desenhado pelo BC: a economia já cresce menos e o risco inflacionário é cada vez menor.
A ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) exibiu um tom muito mais ameno que o traçado pelos analistas quanto à perspectiva de aumento de preços. Enquanto analistas previam que a pressão de alta deveria continuar pelos próximos meses, o BC demonstrava certa tranqulidade, já que a atividade econômica dá sinais de desaceleração. Além disso, a esperada recuperação da economia global tem sido mais lenta que o previsto, o que ajuda a conter os preços no Brasil.
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