Alta das taxas cobradas nas operações com cartão de crédito rotativo, e com o cheque especial, acontecem em um cenário de elevação da taxa básica da economia - que voltou a subir no mês passado, atingindo 10,75% ao ano. Dados foram divulgados pelo BC
Área do Cliente
Notícia
Ata do Copom deixa claro que a Selic será elevada em 2011, mas não quando
Na visão da autoridade monetária a manutenção da Selic no atual patamar não garante o cumprimento do centro da meta de inflação em 2011
Nas últimas semanas, a atenção do mercado para o cenário doméstico parece ter se voltado à preocupação com a inflação e com o futuro da taxa de juros na economia brasileira, ainda mais após a decisão de elevação do compulsório dos bancos, por parte do Banco Central. Assim, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta quinta-feira (16) ganhou importância adicional, porém não esclareceu ao mercado como deve ser a conduta da política monetária no início de 2011.
No documento publicado nesta manhã, a autoridade monetária evidencia que os riscos para a dinâmica inflacionária, de fato, continuaram a acelerar, com pouca certeza sobre os efeitos do cenário externo na pressão de preços no País, sobretudo em relação às commodities. O BC não deixou claro qual será o tom no que diz respeito à elevação dos juros, apesar de reconhecer que "há certa equivalência entre ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária". Porém, ainda segundo o documento, "não há respaldo para que esses dois conjuntos de instrumentos sejam vistos como substitutos perfeitos, pois divergem, entre outros aspectos, no alcance e nos mecanismos de transmissão."
Em outras palavras, a preocupação com a inflação foi clara, mas não se pode dizer o mesmo sobre os mecanismos que serão adotados para contê-la. Na visão da autoridade monetária a manutenção da Selic no atual patamar não garante o cumprimento do centro da meta de inflação em 2011, mas os efeitos das medidas macroprudenciais recentemente tomadas (a referência é sobre o aumento do compulsório) ainda precisam ser observados.
Dúvidas sobre o compulsório
Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, a ata foi "truncada" e pouco esclarecedora. Na mesma linha, Julio Hegedus Netto, economista do Grupo InterBolsa, vê a ata como "ambígua", não deixando claro se teremos ou não elevação do juro logo na primeira reunião do Copom em 2011.
Uma dúvida que não foi esclarecida, segundo Perfeito, é a utilização do compulsório como política monetária. De fato o BC afirmou que o compulsório não é substituto perfeito da taxa de juros na condução da política monetária, mas avaliou que a importância desse instrumento deve crescer com o aprofundamento do mercado de crédito. Para o economista, em outras palavras, o Banco Central indicou que utilizará sim o compulsório como política monetária.
"A utilização do compulsório é a tentativa de conduzir uma política monetária contracionista sem o ônus que acarreta aumentar os juros (apreciação do câmbio, diminuição do investimento, etc). A China se valeu do compulsório recentemente pelas mesmas razões, nos parece que será o tom para 2011" , afirmou o economista da Gradual.
Para a agência de classificação de risco Fitch Ratings, a elevação do compulsório foi positiva,uma vez que visa conter a expansão frenética do crédito, que vinha crescendo significativamente e causando uma série de problemas adversos à economia, como, por exemplo, a pressão inflacionária. Ainda de acordo com Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultoria, há vantagens na utilização do compulsório como instrumento de política monetária, uma vez que o impacto sobre atividade e inflação é praticamente instantâneo, enquanto mudanças na Selic demoram a se propagar pela economia. Ele ainda acrescenta que instrumentos exóticos de política monetária são necessários quando se tem uma realidade econômica complexa, que é o caso do Brasil.
O futuro da Selic
No cenário de referência, considerando câmbio e Selic constantes, a inflação estimada pelos modelos do BC não converge para as metas de 2011. Apesar do uso das medidas macroprudenciais, isso é um indício de que a manutenção da Selic nos níveis atuais não é mais capaz de garantir o cumprimento da meta, o que leva a LCA Consultores a crer que uma elevação no juro seja "inevitável", ainda que não seja anunciada em janeiro. A projeção da consultoria é de aumento em 100 pontos-base para a Selic, dividido entre as reuniões do Copom de 2 de março a 20 de abril.
Julio Hegedus Netto, da Grupo InterBolsa, acredita que o governo Dilma não tem interesse em elevar a taxa em janeiro, porém com o "recrudescimento inflacionário" e a atividade econômica aquecida, pode não haver outra alternativa. De qualquer forma, Netto aposta que o BC irá observar a resposta da economia brasileira às medidas de controle de crédito para então decidir sobre uma possível elevação dos juros.
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Santander, enxerga que diante do cenário de inflação acima da meta, não há ganho em esperar por resultados das medidas macroprudenciais. A melhor decisão do BC seria realizar um aperto monetário e elevar os juros, aumento este que deveria ser de 225 pontos-base na visão de Schwartsman, sobretudo em decorrência das finanças do governo, - mais complicadas atualmente do que em qualquer período passado - que contribuem para a pressão inflacionária no País.
Metas de inflação e juros neutros
A ata trouxe o comunicado de que a taxa de juros neutra do país caiu, em função da consistência do sistema de metas de inflação nos últimos anos. “ Na avaliação de 49% dos analistas que responderam à consulta feita pelo Banco Central, a taxa neutra no Brasil estaria em níveis iguais ou inferiores a 6,50%”, conforme o parágrafo 22.
Na visão da Gradual, o cálculo da taxa de juros neutra é tarefa extremamente difícil, pois trata-se de uma variável não observada, além disso o País "nunca terá taxa de juros nominais em torno de 6,5%", a não ser que as regras da poupança sejam alteradas, o que segundo ele é improvável. "Lembremos que recentemente a Selic foi obrigada a parar em 8,75% por conta da remuneração (capital garantida, é bom lembrar) de 0,5% ao mês mais TR da poupança".
Pressão inflacionária preocupa
O Banco Central está atento à pressão inflacionária crescente no País. As preocupações com a transmissão da inflação presente à futura via inércia aumentaram, bem como com a persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. Ainda segundo a ata, a pressão se deu devido à alta do grupo dos Alimentos. A Alimentação pressionou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro, que fechou em patamares muito acima das projeções. Além disso, o IGP-10 de dezembro também registrou recorde de alta.
O Banco Central identifica parte da alta dos alimentos na ponta da oferta, de modo que a elevação dos juros não seria capaz de conter a alta dos preços deste grupo. De acordo com a análise da Gradual, ainda que isso seja verdadeiro, a solução não deve se resumir à exclusão do grupo de alimentação do índice, conforme sugerido recentemente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ainda assim, de acordo com o documento, a autoridade monetária está confiante na acomodação de preços inflacionários, sobretudo porque a alta dos preços internacionais das commodities parece seguir em queda e os efeitos da elevação da Selic promovida no segundo trimestre, associados aos efeitos das medidas macroprudenciais, ainda devem ser “incorporados à dinâmica dos preços”.
Perspectivas
Com o término da reunião, a impressão da maioria dos analistas de mercado é de que a ata foi ambígua, deixando pouca clareza sobre as diretrizes para a condução da política monetária no próximo ano. Para a economista da Rosenberg, Thaís Marzola Zara, o Copom ainda espera que ações convencionais de política monetária, como alta nos juros, sejam necessárias para resolver o problema da inflação. A análise da LCA também caminha nesse sentido, porém acredita que a autoridade monetária deverá ser mais cautelosa antes de decidir sobre um aumento nos juros.
A expectativa para o futuro parece estar concentrada também na probabilidade de concretização das hipóteses de trabalho fiscais. A demanda está acelerada, porém o BC parece não estar disposto a onerar o consumo via juros, criando mais constrangimentos à indústria, que segue bastante pressionada devido ao câmbio. Para a Gradual, quem deve "controlar" a situação é a Fazenda e o Planejamento, ao colocar em ação o ajuste fiscal. "Me parece que o que o BC fez nessa ata foi passar a bola para a Fazenda; é o ministro Mantega quem tem a responsabilidade de trazer a má notícia à sociedade que teremos que crescer menos para controlar os preços. Este papel sempre coube ao BC, de ser o estraga-festa. O BC jogou essa função para o ajuste fiscal", afirmou o economista André Perfeito.
Notícias Técnicas
Outra opção para reativar o pagamento é ligar para a Central 135 e informar que está regularizando os dados, o pagamento será desbloqueado em até 72h. O beneficiário terá de 45 a 90 dias para comparecer ao Cras e apresentar a documentação
O dado veio acima da expectativa em pesquisa da Reuters com analistas de alta de 1,48%
Ataques hackers e instabilidades no Gov.br prejudicam a vida de milhões de empresas e cidadãos, que passaram a depender de um único meio de acesso para mais de 5 mil serviços públicos digitais
Saiba como e em quais situações o recebimento do benefício é concedido pelo INSS
Notícias Empresariais
Prazo termina em 18 de novembro. A autorregularização evita riscos fiscais e litígios.
Cliente poderá pagar sua conta aproximando o celular de uma máquina de cartão
Como o Brasil é um país onde a tributação é muito complexa, cerca de 95% das empresas pagam impostos indevidos todos os anos, e um desses ramos é as autopeças para caminhão
Veja as vantagens e as diferenças para os demais cartões, além da hora certa de utilizá-lo
Secretaria de Prêmios e Apostas contará com novas frentes de monitoramento e inteligência na identificação de movimentações suspeitas
Notícias Estaduais
No dia 14 de outubro de 2021, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP)..
A Receita Estadual do Paraná comunica que o Supremo Tribunal Federal declarou que é constitucional a imposição tributária aos contribuintes optantes pelo Simples Nacional da diferença de alíquotas do ICMS pelo Estado de destino por ocasião da entrada de mercadoria em seu território.
Será possível parcelar em até 60 meses débitos de ICMS, com desconto de até 40% em juros e multas
Acesso ao microcrédito, orientação para microempresa e Micro Empreendedor Individual (MEI), cursos, orientação para o protocolo digital de processos de registro de empresas, e manutenção preventiva de equipamentos, fiscalização e legislação. Esses são alguns serviços que constam no convênio firmado entre o Governo do Estado e o Sebrae, nesta sexta-feira (28).
A Receita Federal notificará 1.070 contribuintes no Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Pará para explicar declarações de despesas de alto valor no Imposto de Renda. No Amazonas são 281 contribuintes. A Receita não informou os valores.
Notícias Melhores
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade
Saiba como lidar quando o cliente pede redução de honorários: estratégias de negociação, análise de custos e como evitar cair na armadilha de competir por preço. Garanta a valorização do seu trabalho!
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) promoveu palestra intitulada ‘Pilares e Ações Estruturantes – Gestão 2024/2025’ para todos os presentes no Plenário da Casa, durante a 73ª Reunião Extraordinária, realizada na quinta-feira, dia 4 de janeiro, em Brasília/DF
Transforme sua carreira e amplie suas receita ao se tornar um franqueado da Omie; faturamento pode chegar até R$1,5 milhão anual.