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Investimentos: quando é hora de mudar de estratégia?
A disciplina para a decisão ótima implica em um planejamento de longo prazo, porém não devemos nos acomodar.
Repensar a estratégia de investimentosé uma atitude que deve fazer parte da lista de “tarefas” daqueles que possuem alguma aplicação financeira. Isto porque é sempre importante analisar e procurar outras oportunidades, que merecem ser analisadas de perto pelo investidor - principalmente em casos de grandes mudanças econômicas.
De acordo com especialistas, na maioria das vezes, o investidor deixa para rever a estratégia apenas em caso de perdas com o investimento atual. Mas, para o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno, não é preciso ter prejuízos ou uma rentabilidade muito abaixo do esperado para decidir mudar o rumo das aplicações.
“Algumas pessoas acham que só devem mudar quando se está perdendo. Mas você pode fazer isso quando ganha também, se já tiver atingido o seu objetivo. O importante é sempre identificar novas oportunidades e se adequar ao seu próprio perfil de investimentos”, diz Zeno.
Em seu livro “Nasce um Investidor”, ele aponta que a melhor estratégia de investimento é aquela que atende os objetivos de quem aplica, e deve estar associada à mudanças no ambiente econômico, como políticas de juros, câmbio, crescimento econômico, preços das commodities, entre outras.
“A disciplina para a decisão ótima implica em um planejamento de longo prazo, porém não devemos nos acomodar. Turbulências de curto prazo acontecem ocorrem e podem nos levar à reavaliação do nosso plano de vôo”.
Ambiente econômico atual
Dentro deste contexto, o atual momento econômico do país - de queda nas taxas de juros - pode possibilitar uma revisão nas aplicações financeiras, de acordo com o especialista em finanças pessoais da MoneyFit, André Massaro. Segundo ele, o principal ponto que deve orientar o investidor é a taxa básica real de juros (Selic menos inflação). “Hoje, essa taxa está ao redor de 3,5% ao ano. Para padrões internacionais, ainda é uma taxa ‘de renda fixa’ e, nesses patamares, a renda fixa deve ser privilegiada na carteira”, ressalta.
Assim, Massaro aponta que os Titulos vinculados a algum índice de inflação se tornam atrativos . “Em um cenário como o atual, de taxas de juros caindo e inflação meio incerta, é um ativo quase ideal”, aponta.
Já se a taxa de juros real recuar a um patamar abaixo de 2% ao ano (a presidente Dilma Rousseff já afirmou que pretende colocar reduzir os juros até próximo deste patamar), ele ressalta que começa a ser mais interessante investir em renda variável. “O percentual pode oscilar de 10 a 30%, conforme o perfil de risco do investidor”, explica.
Para ele, se a taxa real ficar negativa, o investidor já deve começar a considerar um portfólio mais agressivo, parecido com aquilo que se pratica em economias desenvolvidas. “Neste caso, a carteira pode ter até mais de 50% em renda variável e títulos de renda fixa de perfil mais agressivo, como debêntures”, aponta.
O economista e especialista em finanças, Richard Rytenband, também aponta a necessidade dos investidores começarem a olhar para ativos de maior risco e retorno, já que a rentabilidade da renda fixa deve ficar menos atrativa com a queda da taxa básica de juro.
“Na primeira fase do Plano Real, de 1995 a 1998, a taxa de juro real era em média 20% a.a. Já de 1999 a 2006 estava em pouco acima de 10% a.a. e desde então, mesmo com ciclos de afrouxamento do crédito, ela continua com tendência de queda e projetada para 2013 com pouco acima de 3% a.a.”, ressalta o economista. “Aquela história de aplicar em qualquer ativo, fundo de investimento referenciado, de renda fixa e obter elevados retornos sem grandes esforços chegou ao fim”, conclui.
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