Área do Cliente

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Área do Cliente

Notícia

Crédito imobiliário avança sem medo da escassez de recursos

Antes, todo mundo estava muito preocupado com a questão do "funding" em razão do crescimento da carteira.

Autor: Karla SpotornoFonte: Valor Econômico

Ao que tudo indica, os candidatos a tomar crédito imobiliário não precisam se preocupar. O pânico de a principal fonte de recursos para o financiamento habitacional secar, presente nas discussões dos bancos nos últimos anos, já não existe mais. "Antes, todo mundo estava muito preocupado com a questão do "funding" em razão do crescimento da carteira. Mas isso não existe mais", afirma Octávio de Lazari Junior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). "Nós sempre dizíamos que aquele crescimento não se manteria por muito tempo", afirma.

O avanço ao qual Lazari se refere é o que pode ser visto no gráfico ao lado. Entre 2003 e 2008, o total emprestado pelos bancos para o brasileiro comprar a casa própria deu saltos incríveis. Nesse período, as taxas de dois dígitos superaram de longe o percentual de crescimento do saldo da caderneta de poupança (veja gráfico acima), a principal fonte dos bancos privados para financiar a compra da casa própria. "Nessa época, eu ouvia que a escassez de "funding" era grave e aconteceria em dois anos. Não aconteceu. Hoje, brinco que estaremos sempre a dois anos de distância dessa escassez de recursos", afirma Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito.

Prata chama a atenção para o fato de o saldo da poupança crescer mesmo depois da mudança nas regras da remuneração, em maio. Com a taxa básica de juros, a Selic, a 8% ao ano, os novos depósitos são remunerados a 5,6% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Os depósitos antigos são remunerados a 6% ao ano mais TR. Mesmo ganhando menos e tendo a rentabilidade atrelada à flutuação da Selic até o teto de 8,5% ao ano, o brasileiro tem investido seu dinheiro na caderneta. Um fator que ajuda a explicar essa preferência é a baixa rentabilidade de fundos conservadores, descontados o Imposto de Renda (IR) e a taxa de administração. "Os fundos DI e renda fixa mais acessíveis ao investidor do varejo têm taxas de administração muito altas. Acabam não sendo a melhor opção", afirma Marcelo d"Agosto, autor do blog "O Consultor Financeiro", no portal Valor. Em junho, o saldo líquido acumulado da poupança era de R$ 353,67 bilhões, segundo os dados do Banco Central (BC).

Os passos largos do financiamento habitacional merecem uma ponderação. O crescimento é tão robusto porque a carteira ainda é, na verdade, muito pequena. Um dado que evidencia isso é o estoque total dessas operações, medido pelo BC. De acordo com o relatório mais recente, o crédito habitacional atingiu R$ 229 bilhões em maio. O valor representa apenas 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Nessa conta, o BC considera os empréstimos financiados com dinheiro da caderneta de poupança e também do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Cerca de 35% desses recursos vêm do FGTS, segundo a Abecip. E a maior parte desse montante não chega aos bancos privados. Fica com a Caixa Econômica Federal.

Segundo Lazari, da Abecip, o setor continua trabalhando para consolidar fontes alternativas de captação de recursos para o crédito imobiliário e criar algumas novas - mesmo não prevendo qualquer sinal de escassez de recursos. Lazari estima a existência de R$ 54 bilhões captados a partir de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e mais, aproximadamente, R$ 30 bilhões em Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs). As LCIs são títulos de renda fixa que podem ser emitidos por qualquer instituição autorizada pelo BC e que tenha carteira de crédito imobiliário. "Além dessas duas fontes alternativas de captação, estamos trabalhando na criação da letra financeira imobiliária", afirma o presidente da Abecip. O novo instrumento tem como inspiração os "covered bonds", títulos para o financiamento imobiliário na Europa, e vem sendo estudado há pelo menos dois anos.

Agenda Tributária

Agenda de Obrigações
Período: Novembro/2024
D S T Q Q S S
     0102
03040506070809
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Notícias Técnicas

Notícias Empresariais

Notícias Estaduais

Notícias Melhores