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Dólar fica abaixo de R$ 2,10, depois de mercado testar BC

A estratégia não funcionou, a moeda reduziu a alta e se estabilizou pouco acima de R$ 2,09 até o fim dos negócios.

Fonte: Valor Econômico

O dólar comercial voltou a superar o patamar de R$ 2,11, com operadores tentando forçar o Banco Central a intervir novamente no mercado, antecipando o vencimento do restante de swaps cambiais reversos para dezembro que tem em carteira. Esses contratos têm o efeito de uma compra futura de dólar. A estratégia não funcionou, a moeda reduziu a alta e se estabilizou pouco acima de R$ 2,09 até o fim dos negócios.

Segundo operadores, o tom do mercado foi dado pela expectativa em torno do vencimento, na virada do mês, dos swaps reversos em poder do BC. Caso a autoridade monetária deixe esses contratos vencerem no prazo regular, o mercado terá de comprar dólares para cobrir sua parte, arcando com a valorização da moeda desde o lançamento dos papéis. A alternativa é tentar forçar o BC a realizar novo leilão de swaps tradicionais (que têm o efeito de uma venda de dólar futuro), completando a operação realizada na última sexta-feira, o que anularia os papéis reversos.

"Só que o mercado não se sente confortável em puxar muito, porque, se o BC não entrar, vai sair mais caro para ele [investidor]

", disse o diretor de câmbio de uma corretora. O BC realmente não entrou, e o dólar cedeu da máxima do dia, de R$ 2,111, para fechar com ganho de 0,33%, cotado a R$ 2,097.

"O pessoal que tentou usar o psicológico não se deu bem", disse Reginaldo Siaca, superintendente de câmbio da Advanced Corretora. Para ele, as boas notícias vindas do exterior não ajudaram o esforço do mercado em forçar nova intervenção.

Na sexta-feira, o BC vendeu US$ 1,62 bilhão em contratos de swap cambial tradicional após uma alta mais forte do dólar, que atingiu a cotação de R$ 2,118, a maior em três anos e meio. Com a operação, a autoridade monetária, na prática, antecipou o vencimento de cerca de metade de seus swaps reversos para dezembro. O restante, equivalente a US$ 1,52 bilhão, vence na segunda-feira.

A alta do dólar comercial também foi sustentada por um movimento típico de fim de mês, quando as cotações à vista e futura normalmente se igualam. Próximo ao vencimento, o custo de carregamento dos contratos futuros - motivo que faz as taxas futuras serem mais elevadas que a cotação à vista - se anula. Com o fechamento na BM&F ainda indicando o dólar para dezembro em cotação mais elevada que o dólar à vista, a expectativa permanece de alta para hoje.

No mercado de juros, depois da manutenção da taxa básica em 7,25% ao, o foco do investidor se volta hoje para o PIB que o IBGE divulga às 9 horas. Para o alguns, se a atividade econômica não reagir nesta reta de fim de ano, a Selic poderia passar por mais um ajuste para baixo.

"Se o crescimento não atingir um ritmo que o BC considera adequado, acreditamos que novos cortes [da Selic] podem vir na primeira metade de 2013. disse o economista do Standard Chartered, Ítalo Lombard. "E mesmo que a inflação ameace superar os 6%, o BC poderia recorrer a medidas macroprudenciais, em vez de elevar a Selic", aponta o economista no Global Focus, documento de projeções anuais que o banco divulgou ontem.

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