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Só 3% das médias companhias do País pretendem inovar

Na outra ponta de prioridades, segundo pesquisa, está o crescimento no mercado nacional

O perfil atual das médias empresas brasileiras colocam o País diante de um difícil cenário para o desenvolvimento da inovação no País. Apenas 3% delas apontam a inovação como prioridade de investimento nos próximos cinco anos, segundo levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). 

Na outra ponta das prioridades dos médios empresários está o crescimento no mercado nacional. "O dado fica mais assustador quando se observa que apenas 5% cita internacionalização entre os principais objetivos e quase 60% quer crescer no mercado nacional", diz Naldo Medeiros Dantas, secretário-executivo da Anpei. 

Para Dantas, a média empresa precisa experimentar o mercado externo para estar preparada para apresentar seus diferenciais competitivos quando um concorrente global chega ao Brasil. 

"Os médios respondem por uma parte muito grande do mercado de trabalho. Quando vem o concorrente com produto inovador, elas apresentam o discurso muito coerente da defesa econômica. Aí entra o aumento das barreiras de importação, com reflexos sobre a inflação. É um ciclo", diz Dantas. Apesar de representar apenas 4% das companhias no País, o segmento é responsável pela geração de mais de 20% dos empregos. 

Centros de Pesquisa

Outro agravante é a baixa ligação dos empresários com o ambiente de pesquisa. Cerca de 70% não têm parcerias para inovação com instituições científicas e tecnológicas, como centros de pesquisas e universidades. Quase 55% das 216 companhias ouvidas no levantamento revelam que não possuem nenhum processo formal de inovação. Metade dos entrevistados nem sequer conhecem qualquer modelo de apoio à inovação. 

O médio porte também sente uma carência de apoio ao desenvolvimento, segundo Marcelo Nakagawa, pesquisador responsável pelo estudo. "Hoje temos o Sebrae, que defende a micro e a pequena empresa, a Endeavor que incentiva quem vai montar o negócio e os bancos nacionais e estrangeiros que apoiam as grandes. No meio, ficam as médias, que precisam de mais valorização do ponto de vista institucional e de parcerias com as de outros portes", diz Nakagawa. 

O índice de lançamentos de produtos nos últimos cinco anos também é o mais baixo entre as organizações de médio porte. Enquanto a parcela das grandes empresas que adicionaram novos itens a seus portfólios nos últimos cinco anos foi de 78% e a das pequenas, 46%, nas médias, apenas 35% fizeram lançamentos recentes. 

O valor agregado das médias empresas brasileiras sobre a economia nacional também sofre o impacto do mau cenário. No Japão e em Israel as médias são responsáveis por quase 30% desse valor em suas respectivas economias, enquanto no Brasil elas respondem por apenas 13,2%, conforme a pesquisa.a

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