É a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, só perdendo para o trimestre encerrado em dezembro de 2013
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Transação com cartão reduz até 24% do lucro da empresa. Saiba o que fazer
Em tempos de queda na receita das vendas do varejo, o peso das taxas cobradas por transações nas máquinas de cartões de débito e de crédito resulta maior: pode reduzir o lucro do lojista em 24% caso ele receba 70% de todas as suas vendas por me
Em tempos de queda na receita das vendas do varejo, o peso das taxas cobradas por transações nas máquinas de cartões de débito e de crédito resulta maior: pode reduzir o lucro do lojista em 24% caso ele receba 70% de todas as suas vendas por meio de cartões de crédito e 30% na função de débito, a uma taxa de desconto de 5% e de 2% sobre cada venda, nas respectivas modalidades.
Especialistas recomendam ao varejista que organize os recebíveis e que pesquise as taxas das credenciadoras a fim de reduzir este custo.
A simulação acima, elaborada pela Fecomercio, considera uma loja que fatura R$ 285 mil por mês com margem de lucro de 20%, aluga duas máquinas POS (Point of Sale) e precisa antecipar 100% dos recebíveis a uma taxa de desconto de 3,1% (a média do ano passado, segundo o Banco Central).
Pode retratar a realidade de uma loja que vende itens de alto valor, como uma que comercializa eletrodomésticos e efetiva 100% de suas vendas com cartões de crédito ou débito. Nesse exemplo, a taxa de desconto usada no cálculo é elevada porque a empresa seria de pequeno porte.
Ou seja: quanto mais o lojista fatura, menor é a taxa de desconto que ele paga para as credenciadoras por cada transação.
Com a recessão econômica, o faturamento encolhe e a pressão dessas taxas aumenta. Em uma situação como essa, ainda há pouca margem para o comerciante de pequeno porte negociar.
Apesar do crescimento da concorrência entre as credenciadoras, com a presença de empresas como Elavon, Stone, First Data e Getnet, 90% desse mercado ainda está concentrado nas grandes, no caso Cielo e Rede.
E as concorrentes desse segmento com escala menor também não conseguem oferecer taxas competitivas para os comerciantes.
No ano passado, segundo levantamento da FecomercioSP, o comércio varejista gastou cerca de R$ 25 bilhões com taxas de cartões, dos quais R$ 18,6 bilhões no crédito e R$ 6,4 bilhões no débito.
Consideradas as despesas com o aluguel das máquinas que os varejistas pagaram às credenciadoras, a estimativa ultrapassa a marca de R$ 30 bilhões, levando em conta que, em 2014, segundo dados do Banco Central, os estabelecimentos comerciais trabalhavam com 4,4 milhões de equipamentos a um custo médio de R$ 100 por mês.
De acordo com dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), que tem credenciadoras como associadas, a taxa média cobrada do lojista por transação no crédito foi de 2,76% e no débito, de 1,52%, em 2015.
A média, nesse caso, considera as taxas aplicadas a empresas que têm um faturamento maior - com mais poder de barganha para pagar uma taxa menor por cada transação - e para aquelas que acabam tendo um custo maior com a operação por ter uma receita menor.
Em um cenário hipotético no qual um varejista de pequeno porte paga a taxa média de mercado informada pela Abecs, o peso do custo com a operação de cartões sobre o lucro diminuiria para 18,6%, caso 100% das vendas fossem pagas pelo consumidor por meio de cartões (70% no crédito e 30% no débito) e a taxa de antecipação de recebíveis fosse de 3,1%.
Por isso, especialistas dizem que é importante negociar com as credenciadoras não só a taxa de desconto por cada venda efetuada com cartão, mas também melhores condições na hora de antecipar o recebível.
Segundo Vitor França, assessor econômico da FecomercioSP, a taxa cobrada nessa operação, na qual o comerciante recebe antes o que receberia em 30 dias, tem subido de maneira expressiva. "Segundo dados do Banco Central, em março, a taxa média anual daantecipação de recebíveis foi de 42,5%, ante 35,9% em igual mês de 2015".
A pressão na taxa acompanhou o aumento da demanda, já que, diante das dificuldades de acesso ao crédito da linha de capital de giro, restou aos lojistas apenas a alternativa de antecipar recebíveis para ter caixa e girar a operação.
Segundo Rodrigo Rasera, sócio-fundador da Cappta, empresa que aluga máquinas do tipo TEF - cuja tecnologia permite aceitar todas as bandeiras de cartões - um lojista de pequeno porte, que fatura R$ 30 mil por mês com margem de lucro de R$ 6 mil, arca com taxas por transação que oscilam de 3,5% a 4%.
"Se ele pagar uma taxa de 3% terá gasto R$ 900, o que pode representar 15% da margem de lucro dele", diz.
Por isso, especialistas recomendam prestar atenção simultaneamente nas duas taxas na hora de negociar com as credenciadoras e também.
O que não é possível é deixar de aceitar esse meio de pagamento, cuja participação vem crescendo na preferência dos consumidoresdo comércio varejista, saltando de 35,4% para 39,5% de 2012 a 2015.
Mesmo entre os prestadores de serviços, a participação desse meio de pagamento passou de 14,4% para 19,7% no mesmo período.
Confira 5 dicas para reduzir o peso desse custo sobre o lucro:
1- DESCUBRA QUANTO VOCÊ REALMENTE GASTA COM O CARTÃO
Faça um levantamento das transações que realiza com cartões por modalidade - ou seja, crédito, à vista, parcelado, débito ou voucher e procure identificar quanto gasta com cada uma das modalidades.
Procure saber quais bandeiras utiliza com mais frequência para negociar taxas menores com as credenciadoras. Verifique se utiliza todas as máquinas que aluga e com que frequência para identificar se é possível reduzir o número delas. Um serviço de conciliação pode ajudar o varejista a fazer esse levantamento.
2- ESTIMULE O CONSUMIDOR A PAGAR NO DÉBITO
Nem sempre é fácil seguir essa recomendação, sobretudo se a loja tem um mix formado por produtos de tíquete médio elevado.
Segundo França, da FecomercioSP, se uma loja que efetua 70% das vendas na função crédito e 30% no débito inverter esses números, conseguirá reduzir de 24% para 15% o peso dessa despesa sobre o lucro.
Além de pagar uma taxa menor pela transação, na função débito o lojista recebe em dois dias úteis e não precisa pedir a antecipação do recebível para fazer caixa. "Evite repassar o custo do cartão para o preço, pois o risco é perder o cliente", afirma França.
3- ACOMPANHE A VARIAÇÃO DAS TAXAS, QUE É DINÂMICA
Fabricio Costa, diretor de novos negócios da Equals, empresa especializada em conciliação de pagamentos, diz que o lojista pode optar por efetuar a venda na máquina de cartão e antecipar o pagamento por meio de taxas pré-aprovadas das credenciadoras, mas também pode consultar a taxa cobrada no dia.
"Essa é variável e depende do dia, mas para aproveitar a melhor oferta também é preciso ter controle e planejamento dos recebíveis".
4- SEMPRE OLHE A TAXA DE ANTECIPAÇÃO E NÃO SÓ A DA TRANSAÇÃO COM CARTÃO
O varejista deve sempre buscar uma redução da taxa casada, ou seja, tanto da transação no cartão quanto da antecipação do recebível.
Em alguns casos, as instituições oferecem uma boa condição na taxa pela operação na máquina de crédito ou débito, mas não na antecipação do recebível. "E hoje a maioria antecipa. Então é importante buscar uma taxa melhor de antecipação", diz Rasera. Analise os custos separadamente.
5- EVITE EFETUAR MUITAS VENDAS PARCELADAS
Levantamento da Equals mostra que o custo financeiro que o lojista tem ao oferecer parcelamentos aos clientes subiu 13% nos primeiros quatro meses deste ano em relação a igual período de 2015.
"Isso ocorre por causa do risco de crédito, o que faz os bancos elevarem as taxas", afirma. A pesquisa feita com 6.669 pontos de vendas também mostrou que os custos dos lojistas com vendas à vista diminuiu em 6% sobre igual intervalo do ano anterior.
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