Caso aprovada, a PEC afetaria de forma mais direta o comércio, indústria e serviços que funcionam de forma ininterrupta ou atividades consideradas essenciais
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Sucessor não é sinônimo de herdeiro
"O processo de sucessão não é um processo de curto prazo, porque envolve algo mais sério: a preparação para o futuro"
O processo sucessório tem sido motivo de preocupação de muitos empresários. Os experts do mercado têm transformado a sucessão nas empresas em um grande problema a ser resolvido. Porém, partindo de algumas premissas básicas, esse processo fica bem mais fácil de ser resolvido e implementado.
A primeira questão a ser entendida é que herdeiro não é sinônimo de sucessor. O empresário precisa de um gestor que conduza a sua empresa com sucesso e não de quem herde a sua empresa. A segunda questão a ser considerada é que o processo de sucessão nada mais é que um processo de delegação.
Delegar não significa abdicar. Delegar é transferir a execução, mas permanecer no comando. A correta delegação passa por deixar muito claro o que se espera do executante, da verificação de sua capacidade de executar, de instrumentalizá-lo para a boa execução e, por fim, assumir a supervisão dessa execução. Todo empresário passa por um longo período de delegação, inevitavelmente.
No início, ele passa a delegar a emissão de notas fiscais, em seguida o recebimento de mercadorias, o controle dos estoques, o controle financeiro, as vendas, as compras, até conseguir chegar ao ponto de que seu time funcione e traga os resultados desejados. E então acontece a evolução e o crescimento, justamente porque houve um processo profissional de delegação. Evoluiu e cresceu porque delegou. Porque soube delegar.
Delegar o posto de Diretor Executivo é o ápice do processo de delegação, mas absolutamente necessário para que a empresa continue evoluindo e crescendo, lembrando sempre que delegar não significa entregar, abdicar do posto de comando. É hora de o empresário entender que ele não precisa mais ficar envolvido com os problemas do dia a dia da empresa, mas pode e deve continuar no comando dela.
Para que isso aconteça, é absolutamente necessário que seja constituído o que chamamos de “processo de proteção”, ou seja, proteção patrimonial, proteção do negócio e proteção dos sócios. Isso garantirá a continuidade dos negócios, dando segurança à atual e futuras gerações, bem como garantirá que o patrimônio construído ao longo de muitos anos não se perca e sobretudo que os interesses dos sócios e seus sucessores, contrários aos interesses da empresa, não a contaminem. É um processo em que a razão se sobrepõe à emoção. Que os interesses da empresa se sobrepõem aos interesses pessoais.
Boas empresas já foram destruídas porque, simplesmente, não tiveram essa compreensão. Chegará o dia - e chegará para todo mundo - que alguém deverá assumir o comando da empresa. E se esse processo não for cuidadosamente preparado, a probabilidade de alguém despreparado assumir é muito grande. Exatamente por isso, 75% das empresas não passam da segunda geração. E das que passaram, 60%, não passam da terceira geração.
Cabe aqui a conhecida frase: pai nobre, filho rico e neto pobre. O processo de sucessão não é um processo de curto prazo, porque envolve algo mais sério: a preparação para o futuro. E preparação exige tempo e sabedoria. É hora de começar a refletir sobre o futuro da empresa, das pessoas envolvidas e do patrimônio.
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