A nova funcionalidade permitirá que o contribuinte adiante parcelas devedoras, reduzindo o valor pago referente a juros
Área do Cliente
Notícia
Lideranças empresariais contestam PEC que restringe financiamento internacional do BNDES
Projeto amplia poderes do Legislativo sobre operações financeiras no exterior, gerando controvérsia entre entidades industriais e temores de burocracia e insegurança jurídica
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3/2023, popularmente denominada “PEC do BNDES”, avança em etapas do processo legislativo e suscita reações contrárias de diversos setores empresariais. O texto tem como objetivo alterar a dinâmica do controle sobre operações de crédito executadas por instituições financeiras federais, entre elas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), quando essas iniciativas ocorrerem fora do território nacional.
A medida, caso aprovada integralmente, delegará ao Congresso Nacional o poder de autorizar ou vetar o financiamento a projetos no exterior, o que desloca uma prerrogativa anteriormente concentrada no Poder Executivo e gera questionamentos sobre soberania, eficiência operacional e condições de concorrência no mercado internacional.
A proposta, de autoria do deputado Mendonça Filho (União), relatada pelo deputado Arthur Maia (União-BA), teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em dezembro, por 31 votos favoráveis e 27 contrários.
Com isso, o trâmite seguirá para uma comissão especial, prevista para 2025, antes de chegar aos plenários da Câmara e do Senado.
Caso essa etapa seja concluída positivamente, a norma poderá integrar o artigo 49 da Constituição Federal de 1988, que estabelece as competências do Congresso Nacional, inserindo um novo inciso (XVIII) com atribuições sobre operações de crédito em outros países.
O autor da PEC ressaltou que o texto não afeta financiamentos regulares à exportação de produtos e serviços brasileiros dentro do País. O dispositivo se concentra em ações que envolvem empreendimentos no exterior, sejam de empresas estrangeiras ou brasileiras, financiados com recursos do BNDES ou de outras instituições financeiras oficiais.
Segundo o parlamentar, tais operações passariam a exigir autorização prévia do Parlamento, enquanto as demais atividades, voltadas ao comércio interno e às exportações realizadas a partir do Brasil, permaneceriam liberadas, mantidas sob a competência exclusiva dos órgãos executivos e das instituições financeiras oficiais.
A evolução da PEC mobiliza entidades empresariais, preocupadas com potenciais impactos sobre o financiamento à exportação, a previsibilidade das operações e o posicionamento competitivo das empresas brasileiras em um cenário global.
Representantes do setor produtivo, do comércio exterior e da indústria apontam que a medida pode aumentar a burocracia, estender prazos de aprovação e reduzir a agilidade necessária para competir com países que já dispõem de estruturas robustas de fomento a negócios internacionais.
Parlamentares contrários, em especial da bancada do PT, classificaram a PEC como um avanço indevido do Legislativo sobre atribuições do Poder Executivo, potencialmente inviabilizando estratégias nacionais de desenvolvimento econômico.
Em suas manifestações, afirmaram que o acréscimo de procedimentos políticos a transações comerciais e financeiras no exterior interfere no equilíbrio entre os Poderes e enfraquece políticas de geração de empregos, renda e crescimento sustentado.
A crítica também surgiu no âmbito técnico. Segundo o diretor de Desenvolvimento Produto, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, a PEC adiciona maior intervenção estatal no ambiente de negócios, comprometendo a liberdade e a competitividade do setor empresarial.
Esse posicionamento é reforçado por especialistas que observam o desalinhamento da medida frente a diretrizes de política industrial que buscam expandir a presença exportadora brasileira, fortalecer cadeias produtivas e consolidar a indústria nacional como fornecedora de alto valor agregado.
Notas e posicionamentos oficiais de entidades setoriais reforçam o argumento de que o financiamento público à exportação é um pilar indispensável para impulsionar produtos nacionais em mercados estrangeiros.
A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) ressaltou a necessidade de um sistema de crédito sólido e previsível, alinhado às melhores práticas internacionais, destacando que a restrição ao BNDES pode afetar a estrutura de apoio às exportações, reduzindo a competitividade do Brasil e sua inserção global.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio de seu diretor de Desenvolvimento Industrial, Rafael Lucchesi, advertiu que o controle político sobre operações financeiras internacionais gera insegurança jurídica, prazos mais extensos e deteriora a capacidade das empresas locais de competir com rivais estrangeiros que atuam em condições menos restritivas.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquina e Equipamentos (Abimaq) apontou que decisões estratégicas não deveriam se submeter ao crivo político do Congresso, defendendo que o apoio financeiro à exportação mantenha critérios essencialmente técnicos e econômicos.
A discussão sobre soberania e equilíbrio institucional também permeia o debate. Críticos à PEC argumentam que a intervenção do Parlamento em operações já fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal cria um nível adicional de regulação, considerado desnecessário e contraproducente.
A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB) sublinhou que o BNDES já atua sob um rigoroso padrão de supervisão, e que a mudança inseriria complexidade a um sistema consolidado de governança financeira.
No setor automotivo, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alertou para consequências sobre a capacidade brasileira de disputar o mercado externo de autoveículos.
O financiamento do BNDES, segundo a entidade, é um fator essencial para neutralizar a força de concorrentes apoiados por bancos públicos em seus países de origem. Sem o respaldo rápido e previsível do financiamento oficial, o Brasil corre o risco de perder mercados, prejudicar exportações e comprometer a geração de divisas.
A preocupação quanto à perda de agilidade e flexibilidade foi igualmente destacada pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon).
Ao colocar sob análise política operações internacionais, a PEC deslocaria a tomada de decisão para um campo onde a dinâmica técnica e econômica dá lugar a negociações políticas, alterando a natureza do processo e reduzindo as chances de responder a mudanças de mercado de maneira eficiente.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) reiterou o potencial impacto negativo sobre a competitividade da indústria nacional em vários nichos de exportação, enfatizando que o aumento de instâncias regulatórias e a burocracia adicional na aprovação de operações internacionais tendem a reduzir a capacidade de reação das empresas, prejudicando sua posição no comércio global.
A tramitação da PEC 3/2023, ainda longa, manterá o tema em evidência. À medida que a matéria avança, o debate sobre a interferência do Congresso em operações internacionais, a preservação da autonomia do BNDES, a garantia de competitividade das exportações brasileiras e o alinhamento às práticas internacionais continuará mobilizando atores institucionais, empresariais e econômicos.
O desfecho influenciará a arquitetura do financiamento público e a projeção do Brasil no mercado mundial, revelando como o País equilibrará interesses estratégicos, segurança jurídica e os mecanismos de apoio ao desenvolvimento econômico.
Notícias Técnicas
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,99%, cotada a R$ 6,0942, em um novo recorde nominal (sem ajuste pela inflação). Já o principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,84%, aos 123.560 pontos
Construção civil, máquinas e automotores registraram alta
No documento, Banco Central ressaltou "a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas"
Projeção de expansão da economia está em 3,42% este ano
Notícias Empresariais
Projeto amplia poderes do Legislativo sobre operações financeiras no exterior, gerando controvérsia entre entidades industriais e temores de burocracia e insegurança jurídica
Fim de ano na Contabilidade: obrigações, planejamento financeiro e o papel do contador
Projeto aprovado visa proteger cidadãos de fraudes na abertura de empresas
Em fórum promovido pelo jornal Valor, o secretário Guilherme Mello explicou como a regulação aprovada no Brasil, na semana passada, dialoga com experiências internacionais
Assim como toda mudança legislativa, as empresas devem recorrer ao auxílio de profissionais qualificados que as ajudem neste compliance, evitando descumprimentos que gerem multas e demais penalidades legais
Notícias Estaduais
No dia 14 de outubro de 2021, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP)..
A Receita Estadual do Paraná comunica que o Supremo Tribunal Federal declarou que é constitucional a imposição tributária aos contribuintes optantes pelo Simples Nacional da diferença de alíquotas do ICMS pelo Estado de destino por ocasião da entrada de mercadoria em seu território.
Será possível parcelar em até 60 meses débitos de ICMS, com desconto de até 40% em juros e multas
Acesso ao microcrédito, orientação para microempresa e Micro Empreendedor Individual (MEI), cursos, orientação para o protocolo digital de processos de registro de empresas, e manutenção preventiva de equipamentos, fiscalização e legislação. Esses são alguns serviços que constam no convênio firmado entre o Governo do Estado e o Sebrae, nesta sexta-feira (28).
A Receita Federal notificará 1.070 contribuintes no Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Pará para explicar declarações de despesas de alto valor no Imposto de Renda. No Amazonas são 281 contribuintes. A Receita não informou os valores.
Notícias Melhores
asdf
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional