Lei marca reestruturação do sistema de impostos, discutida há décadas
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Receita sobe, despesas caem e resultado primário melhora em novembro, aponta Tesouro Nacional
Com forte alta na arrecadação e cortes em gastos, Governo Central registra déficit de 0,6% do PIB
O Governo Central encerrou novembro de 2024 com um resultado primário deficitário de R$ 4,5 bilhões, uma queda expressiva em relação ao déficit de R$ 38,1 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado. Essa redução foi impulsionada por um aumento real de 16,5% na receita líquida, que somou R$ 23,8 bilhões a mais no mês, e uma queda de 6,3% nas despesas totais, resultando em uma economia de R$ 11,6 bilhões na comparação com novembro de 2023 em termos reais. No acumulado do ano, o resultado primário em novembro ficou em déficit de -0,6% do PIB.
Segundo os dados apresentados nesta quarta-feira (15/1), a receita total em novembro atingiu R$ 214,7 bilhões, o que representa um aumento nominal de 19,3% e um crescimento real de 13,8%. A receita líquida também seguiu essa tendência, registrando um avanço real de 16,5%, em comparação ao mesmo período de 2023.
Por outro lado, a despesa total foi de R$ 172,3 bilhões em novembro de 2024, registrando uma queda tanto nominal (-1,7%) quanto real (-6,3%). Apesar do resultado positivo de R$ 16,7 bilhões do Tesouro Nacional, o déficit no regime de previdência, que atingiu R$ 21,0 bilhões, contribuiu para um saldo negativo de R$ 4,5 bilhões em novembro. No entanto, o saldo acumulado do ano, de R$ 66,8 bilhões em déficit, apresentou uma melhora significativa em relação ao acumulado do ano anterior, que era de R$ 112,5 bilhões.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o resultado primário em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB) também sinalizou uma melhora, o que consolida o esforço de controle das contas públicas e reduzindo a pressão sobre os indicadores fiscais. “Então passamos [Resultado Primário] do acumulado do ano de -1,1% do PIB para agora -0,6%, naquele processo que nós vínhamos informando que iria acontecer ao longo do segundo semestre. Em dezembro, ele vai se intensificar ainda mais”, disse durante a entrevista coletiva.
Desde 2016, o Brasil tem registrado déficits superiores a 2% do PIB no acumulado por ciclos de governo, uma trajetória que começa a ser revertida sob a gestão atual. “O déficit ao longo da última década em diferentes ciclos de governo rondou entre 2% e 2,5% vem caminhando para ficar em um patamar abaixo de 1% do PIB mostrando a tendência de recuperação do fiscal”, completou Ceron.
Acesse os relatórios de novembro de 2024 do Resultado do Tesouro Nacional
Os números que explicam a recuperação
Em novembro de 2024, a arrecadação do Imposto de Importação foi R$ 3,1 bilhões superior à verificada em novembro de 2023, um crescimento de 67,7%. Esse resultado foi influenciado pela elevação de 11,7% no volume de importações em dólares, pela alta de 18,6% na taxa de câmbio e pelo aumento de 25,7% na alíquota média efetiva aplicada ao imposto.
Outro fator que impulsionou a arrecadação foi o desempenho do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que registrou um incremento de R$ 2,5 bilhões (+47,5%). A recuperação da produção industrial, principalmente em outubro de 2024, foi determinante para esse crescimento, assim como a alta nas importações de produtos sujeitos à tributação do IPI.
O Imposto sobre a Renda também apresentou um crescimento significativo de R$ 1 bilhão (+1,9%), puxado pelo aumento de R$ 2,1 bilhões no imposto retido na fonte (IRRF), reflexo do mercado de trabalho aquecido. Desse montante, R$ 1,9 bilhão correspondeu à tributação sobre rendimentos de capital e R$ 1 bilhão sobre rendimentos do trabalho.
A Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) registrou um acréscimo de R$ 7,4 bilhões (+29,5%), influenciada pela retomada da tributação sobre combustíveis e pelo crescimento de 8,8% no volume de vendas e de 6,3% no setor de serviços, conforme os indicadores de atividade econômica do IBGE.
Dividendos e concessões
A arrecadação com concessões e permissões também foi um ponto de destaque, com um aporte de R$ 4,5 bilhões em novembro de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. Desse total, R$ 4,1 bilhões vieram das outorgas das usinas hidrelétricas Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, Governador Ney Aminthas de Barros Braga e Governador José Richa, decorrentes do processo de desestatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) concluído em 2023.
Outro fator relevante foi o repasse de dividendos e participações, que aumentou R$ 4,3 bilhões (+125,8%) devido ao pagamento de R$ 5,8 bilhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aumento foi parcialmente compensado pela redução dos dividendos repassados pelo Banco do Brasil, que arrecadou R$ 1,2 bilhão a menos.
Por outro lado, as transferências de recursos relacionadas à exploração de recursos naturais tiveram uma queda de R$ 1,5 bilhão (-14,4%), reflexo da redução nas receitas provenientes de royalties de produção de petróleo e gás natural. Além disso, o apoio financeiro a estados e municípios foi totalmente extinto em novembro de 2024, representando uma redução de R$ 11,6 bilhões, comparado ao ano anterior.
Entre as despesas obrigatórias, os benefícios previdenciários cresceram R$ 1,6 bilhão (+2,3%), impulsionados pelo aumento do número de beneficiários e pelos reajustes do salário-mínimo em 2023 e 2024.
As despesas discricionárias, que abrangem gastos não obrigatórios, tiveram uma redução de 25,9% (-R$ 4,8 bilhões), principalmente pelos decréscimos de pagamentos de ações nas funções Saúde (-R$ 1,9 bilhão) e Educação (-R$ 1,2 bilhão).
Resultado acumulado de janeiro a novembro de 2024
No acumulado do ano, a arrecadação do Imposto de Importação subiu R$ 18,4 bilhões (+34,8%), influenciada pela maior cotação do dólar e pela elevação na alíquota média. O IPI registrou um acréscimo de R$ 22 bilhões (+39,1%), refletindo a recuperação da produção industrial e a redução das compensações tributárias.
O Imposto sobre a Renda aumentou R$ 56,3 bilhões (+8,5%), impulsionado pela tributação sobre fundos de investimento exclusivos e rendimentos de capital, além de recolhimentos extraordinários relacionados à regularização de bens e direitos no exterior. A Cofins e o PIS/Pasep somaram um incremento de R$ 75,6 bilhões, reflexo da inclusão de novos setores na tributação e da exclusão do ICMS da base de cálculo.
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que apresentou um aumento de R$ 9,5 bilhões (+6,3%) no período, crescimento impulsionado por uma alta real de 6,5% na arrecadação do lucro presumido, de 11,9% em “lançamentos de ofício” e depósitos, e de 4,5% no Simples Nacional. Por outro lado, a arrecadação referente às declarações de ajuste de 2023 sofreu uma queda real de 15,4%, o que atenuou parte do avanço total da CSLL.
Já a arrecadação líquida destinada ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) aumentou R$ 20,3 bilhões (+3,7%), resultado do crescimento real de 7,2% na massa salarial e da criação de 2,1 milhões de empregos até outubro de 2024, conforme dados do Novo Caged/MTE. Além disso, a arrecadação previdenciária no âmbito do Simples Nacional registrou um aumento real de 6%, ainda que parte desse resultado tenha sido compensada por maiores compensações tributárias.
As transferências referentes ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao IPI-Exportação cresceram R$ 38,7 bilhões (+11,6%), devido ao aumento na arrecadação dos tributos que compõem a base desses repasses.
Do lado das despesas, os benefícios previdenciários aumentaram R$ 29 bilhões (+3,4%), reflexo do crescimento do número de beneficiários e dos reajustes reais do salário-mínimo. Por outro lado, o apoio financeiro a estados e municípios registrou uma redução acentuada de R$ 18,8 bilhões (-91,5%), já que em 2023 ocorreram pagamentos extraordinários previstos nas Leis Complementares nº 194 e nº 201, como compensações pela perda de arrecadação do ICMS e repasses emergenciais ao setor cultural.
Os benefícios de prestação continuada (BPC/LOAS) e a Renda Mensal Vitalícia (RMV) apresentaram um aumento de R$ 14 bilhões (+15,8%), devido ao crescimento do número de beneficiários e ao impacto dos reajustes do salário-mínimo. Já os créditos extraordinários, destinados a ações de emergência, somaram R$ 14,4 bilhões, grande parte alocada em despesas de combate à calamidade no Rio Grande do Sul.
O Tesouro Nacional também faz o acompanhamento das despesas pagas para atender à calamidade pública no Rio Grande do Sul. Os dados atualizados até 14 de janeiro indicam que o valor final executado chegou a R$ 29 bilhões até dezembro de 2024. Com o encerramento da situação emergencial ao final do ano passado, esse montante reflete o total consolidado das despesas, que impactam diretamente as contas primárias.
Restos a Pagar e Regra de Ouro
O montante de restos a pagar (RAP) pagos (excetuados os RAP financeiros) até novembro de 2024 correspondeu a R$ 181,8 bilhões, contra R$ 165,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. Os cancelamentos até novembro de 2024 totalizaram R$ 7,2 bilhões frente a R$ 8,6 bilhões no mesmo período de 2023.
As projeções para a margem da Regra de Ouro em 2024 apontam uma suficiência de R$ 27,3 bilhões, ou seja, indicam que as operações de crédito não excederão o montante das despesas de capital em 2024. Essa projeção considera a possibilidade de utilização de fontes financeiras exclusivas para pagamento da dívida pública com superávit financeiro de 2023. O Tesouro Nacional reforçou na apresentação do RTN que é necessário manter os esforços para a consolidação fiscal, pois a regra de ouro seguirá como desafio para os próximos anos.
Notícias Técnicas
Cashback, Imposto Seletivo, cesta isenta entram gradualmente em vigor
Número de processos sobre o assunto aumentou cerca de 20% em relação ao ano anterior
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Tensões geopolíticas, custos crescentes das mudanças climáticas e problemas de dívida não resolvidos colocam os mercados de trabalho sob pressão, afirma a Organização Internacional do Trabalho.
Notícias Empresariais
Mudanças na gestão financeira e contábil para o setor da saúde
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Pesquisas serão divulgadas na quinta (16) e na sexta (17), às 10h
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Haddad afirmou ainda que o governo vai editar uma MP para garantir que o Pix não será taxado e proibir diferenças de cobrança entre dinheiro vivo e Pix
Notícias Estaduais
No dia 14 de outubro de 2021, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP)..
A Receita Estadual do Paraná comunica que o Supremo Tribunal Federal declarou que é constitucional a imposição tributária aos contribuintes optantes pelo Simples Nacional da diferença de alíquotas do ICMS pelo Estado de destino por ocasião da entrada de mercadoria em seu território.
Será possível parcelar em até 60 meses débitos de ICMS, com desconto de até 40% em juros e multas
Acesso ao microcrédito, orientação para microempresa e Micro Empreendedor Individual (MEI), cursos, orientação para o protocolo digital de processos de registro de empresas, e manutenção preventiva de equipamentos, fiscalização e legislação. Esses são alguns serviços que constam no convênio firmado entre o Governo do Estado e o Sebrae, nesta sexta-feira (28).
A Receita Federal notificará 1.070 contribuintes no Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Pará para explicar declarações de despesas de alto valor no Imposto de Renda. No Amazonas são 281 contribuintes. A Receita não informou os valores.
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Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
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