Área do Cliente

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Área do Cliente

Notícia

Risco de maior informalidade

Pesquisa indica que redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas deve fazer pequena empresa fechar as portas

Fonte: Correio BrazilienseTags: informal

Victor Martins

O polêmico tema da redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas ganhou mais um argumento contrário. Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) concluiu que caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 231/95, que institui o encolhimento do horário, seja aprovada, a informalidade no país poderá aumentar. O número de empregos gerados com a medida também seria mínimo. O levantamento é um contraponto aos estudos que defendem que a redução criará 2,5 milhões de empregos formais. 

Entre setembro e outubro, o Sebrae sondou 3 mil proprietários de empresas de pequeno porte em todo o país. A resposta obtida foi que a maioria dos entrevistados, 63%, é contra a proposta. “O que nos surpreendeu é que 42% deles não conheciam a medida até serem questionados pela pesquisa. Isso é um número alto”, relatou o diretor presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. “Essa pesquisa traz o ponto de vista das micro e pequenas empresas porque elas representam mais da metade dos empregos formais no Brasil, são um segmento importante para a economia”, disse. 

Com a redução da jornada de trabalho, 51% dos empresários declararam que vão manter o mesmo número de empregados e 19% responderam que terão de demitir. Somente 8% afirmaram que irão ampliar o quadro de pessoal. Quando questionados sobre as horas extras, 43% informaram que manteriam o volume que já é pago atualmente e 27% afirmaram que reduziriam. “Se não vai haver aumento de emprego e de horas extras, não vejo outra saída além de contratar informalmente para manter a produção”, avaliou Okamotto, sem, no entanto, estimar em quanto a informalidade poderia avançar. 

Para o empresário do ramo de informática Alexandre Costa será um problema se a redução aprovada. “O Brasil está em um momento de crescimento e precisamos fazer resultado. Se reduzirmos a força de trabalho, diminuímos a produtividade”, disse. “Em função de menos 20 horas trabalhadas por um colaborador, eu não contrataria mais um. Os encargos são muito altos para que o número de funcionários seja ampliado”, afirmou. 

Segundo Okamotto, a diminuição da jornada pode ampliar os problemas trabalhistas. Uma opção melhor, de acordo com ele, são os acordos coletivos, nos quais a carga horária pode ser decidida entre patrões e empregados.
 

O número
63%
Percentual dos 3 mil empresários entrevistados que responderam que são contra a aprovação da proposta que diminui a carga semanal de trabalho 



Uma visão diferente

Segundo uma pesquisa feita em setembro de 2009 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução da jornada de trabalho tem potencial para gerar 2,5 milhões de empregos. O levantamento diz ainda que a medida levaria ao fim das horas extras, o que poderia criar em torno de 1 milhão de postos de trabalho. “Por essa razão, é necessário combinar a redução da jornada com mecanismos que coíbam e limitem a utilização de horas extras”, segundo trecho da pesquisa. 

Para a Força Sindical, uma das maiores entusiastas da PEC 231 (leia texto acima), o tempo livre que o trabalhador ganharia com a mudança facilitaria a busca por aperfeiçoamento. “Em 21 anos (tempo em que foi feita a última alteração na jornada de trabalho), houve grandes mudanças no sistema de produção, como novas formas de gerenciamento e avanços tecnológicos. Hoje, a produção se dá com menos trabalhadores. Toda essa conquista que as empresas tiveram não foram repassadas ao trabalhador em ganho de tempo”, afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. 

Outro argumento dos que querem a mudança é de que com mais tempo livre, melhoraria a qualidade de vida do empregado e ele cumpriria sua função mais motivado e menos estressado, o que se refletiria na produtividade das empresas. “Outros países fizeram essa redução e houve ganho para todos”, disse Juruna. Hoje, o presidente da Câmara, Michel Temer, deve receber sindicalistas e empresários para uma reunião sobre a PEC 231. (VM)

Agenda Tributária

Agenda de Obrigações
Período: Novembro/2024
D S T Q Q S S
     0102
03040506070809
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Notícias Técnicas

Notícias Empresariais

Notícias Estaduais

Notícias Melhores